Política
Rosa Neide fica sozinha contra a reforma da Previdência
Dr. Leonardo e Juarez Costa roeram a corda e Carlos Bezerra ainda está em cima do moro
- João Negrão - Agência RBC New
Professora Rosa Neide (PT) ficou isolada entre os oito deputados federais da bancada de Mato Grosso. Ela é a única que está posicionada contra a aprovação da reforma da Previdência, que está na pauta do Plenário da Câmara. Os outros dois parlamentares que antes acenaram também votar contra roeram a corda e seguirá o relatório do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), aprovado semana passada na comissão especial.
Os dois deputados mato-grossense que mudaram de lado são o Dr. Leonardo (SDD) e Juarez Costa (MDB). Até o mês passado, a dupla havia declarado ser totalmente contra a reforma. Dr. Leonardo chegou a conceder uma longa entrevista ao refutado-a. Agora ele alega que o relatório de Moreira contemplou suas ponderações anteriores. Em parte, como o leitor poderá assistir o vídeo que reproduzimos ao final desta matéria.
“Desde que a PEC da Previdência chegou na Câmara, critiquei a proposta do governo na aposentadoria de pequenos produtores e trabalhadores rurais, no pagamento do Benefício de Prestação Continuada (BPC), na capitalização (poupança individual) e, também, em relação à aposentadoria especial das professoras. Esses pontos foram solucionados na Comissão Especial e vão ao encontro da nossa luta. Agora, seguimos firmes trabalhando e acompanhando tudo no Plenário”, afirmou Dr. Leonardo, em material distribuído por sua assessoria.
Quanto a Carlos Bezerra (MDB), não se sabia de seu posicionamento oficial porque ele permaneceu quatro meses de licença e em seu lugar ficou o suplente Valtenir Pereira, igualmente do MDB, que sempre teve posições muito dúbias em relação a questões polêmicas. Bezerra segue pela mesma linha. Conforme sua assessoria, ele está analisando que posição tomar, “mas que estará contra o que julgar prejudicial aos trabalhadores”.
Assim, resta apenas a petista, sendo que os demais deputados federais mato-grossenses já fecharam com a proposta contida no relatório final da comissão especial, com divergências pontuais. Até o fechamento deste texto a votação da reforma da Previdência ainda não havia sido iniciada.
Para que a votação acontecesse ainda nesta terça-feira (9), o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), havia proposto um acordo durante a reunião de líderes pela manhã, mas os partidos de oposição rejeitaram e anunciaram, à tarde, que entrariam em processo de obstrução da votação.
A obstrução de uma votação é um conjunto de recursos previstos no embate político no Parlamento, quando bancadas, partidos e blocos partidários contrários a determinada matéria tentam ganhar tempo para ampliar o tempo sobre o tema, adiando a votação com um conjunto de procedimentos que incluem ainda tentativa de retirar a matéria de pauta. Para isto vale ampliar o número de inscritos contrários nos pronunciamentos, retirar-se do plenário para não possibilitar quórum ou simplesmente anunciar que está em obstrução, neste caso não valendo a contabilidade dos contrários, mesmo em plenário, para efeito de quórum.
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