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Economia

Preço da carne bovina dispara em Mato Grosso

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Divulgação / Reprodução

Consumo de carne custa mais caro aos mato-grossenses. Escalada de preços é generalizada e liderada pela carne bovina. No maior centro consumidor do Estado, a proteína animal custa, em média, R$ 25,52 (kg). O valor apurado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) nos açougues de Cuiabá está 16,8% mais alto que a média verificada em novembro do ano passado. Na comparação com outubro deste ano, o produto subiu 3%. Enquanto em novembro de 2018, a carne bovina custava, em média, R$ 21,84, passando para R$ 25,52 (kg) no mês passado. Em outubro, o preço médio ficou em 24,76 (kg).

No varejo, as maiores altas acumuladas em 12 meses foram observadas nos preços da picanha (39,4%), capa de filé (25,5%) e fraldinha (20,1%). De outubro para novembro, os cortes que incorporaram as majorações mais expressivas foram coxão duro (5,7%) e costela (5,5%). Todos os cortes ficaram mais caros no atacado, aponta o Imea.

Pelos cálculos do varejista Daniel Alves de Souza, a carne bovina encareceu 17%, em média, nos últimos 30 dias em Cuiabá. Tendência é repetir até o Natal a variação mensal acumulada, relata. “Eu pagava R$ 172 pela arroba, no começo de outubro. Subiu para R$ 202 neste mês e o frigorífico que me entrega falou que a partir de dezembro vai para R$ 240 a arroba”, expõe. Ao comerciante, fornecedores informam que a disponibilidade de bovinos para abate diminuiu em Mato Grosso. “Muitos pecuaristas estão evitando vender esperando o valor (da arroba do boi) aumentar mais”.

Na região de Cuiabá e Várzea Grande, o suprimento fica ainda mais comprometido com a interrupção nos abates por uma indústria local, complementa. “Tenho 4 fornecedores, mas só estou conseguindo comprar de um. Os açougues em geral estão com dificuldade para comprar”. A oferta da proteína animal é impactada, ainda, pelo avanço nas exportações combinado com o aumento sazonal no mercado interno, nesta época do ano.

O churrasco está “mais salgado”, confirma o empresário João Abel Oliveira Mendes. “Notei um pequeno aumento na semana passada. Comprei somente carne bovina, porque não consumo frango nem carne suína”, expõe. Souza afirma que os preços do suíno e do frango acompanharam a alta na cotação da carne bovina. Principal influenciador do aumento generalizado é a migração do consumo da carne bovina para as demais opções, afirma o comerciante.

Presidente do Sindicato das Indústrias Frigoríficas de Mato Grosso (Sindifrigo), Paulo Bellincanta, afirma que a majoração de preços da carne bovina resulta de uma combinação de fatores. O principal deles, porém, é a recuperação de preços da pecuária de corte, que ficaram depreciados nos últimos 5 anos. “Essa correção veio com uma pequena inflação, somada ano a ano. Os produtos estão em patamares reajustados, mas nada mais é do que um alinhamento de preços do setor, que ficaram muito tempo estagnados”, justifica.

Com base na sustentação das exportações e no consumo aquecido no mercado interno até o fim do ano, Bellincanta duvida que os preços recuem. Pelo contrário. Poderão subir ainda. “Mas, o mercado irá se nivelar, ele se autorregula”, prevê. O presidente do Sindifrigo lembra que a oferta de bovinos para o abate foi menor este ano. Apesar do rebanho bovino ter aumentado, a demanda por carne também expandiu. “O dólar valorizado possibilita exportação maior”, exemplifica. Ele acrescenta, ainda, que a produção na pecuária de corte exige um ciclo mais longo que a suinocultura e avicultura. “A cada dois anos e meio a pecuária tem esses períodos de aumento ou baixa na oferta, conforme o volume de abate de fêmeas. Para ter um suíno pronto para abate são 90 dias e para o frango, o período é ainda menor, de 45 dias”, compara.



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