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Polícia

Laudo aponta hematomas em mulher de vice-governador de MT indiciado por agressão

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Divulgação / Reprodução

Um laudo de corpo de delito comprovou que a agressão sofrida pela advogada Viviane Kawamoto Pivetta, mulher do vice-governador de Mato Grosso, Otaviano Pivetta. O político foi indiciado por crime de lesão corporal pela Polícia Civil de Santa Catarina e responderá à ação no Fórum Criminal de Santa Catarina.

O laudo feito pelo Corpo de Bombeiros apontou escoriações e hematomas na cabeça, nos braços e dedos, nos lábios e nas coxas de Viviane.

Segundo o delegado Rafael Chiara, responsável pelo caso, o político teria agredido a mulher em um apartamento na cidade de Itapema, no Litoral de Santa Catarina, na noite de 7 de julho.

Após o depoimento do casal e a prisão do vice-governador, Chiara pediu que o Corpo de Bombeiros de Itapema fizesse uma perícia no corpo de Viviane. A análise comprovou as lesões.

Segundo o delegado, o exame geralmente é feito pelo Instituto Geral de Perícias (IGP), mas acabou sendo realizado pelos bombeiros. A prática está prevista na Lei Maria da Penha.

Viviane fez duas ligações para a polícia na data. Na primeira, desligou sem nada falar. Na segunda, informou que fora agredida pelo marido. Policiais foram até o local e o casal foi encaminhado para a delegacia.

O vice-governador relatou à polícia, naquele dia, que a mulher mordeu a mão, mas argumentou que em nenhum momento tinha a agredido.

O inquérito foi enviado à Justiça. Nessa terça-feira, o advogado de Otaviano emitiu uma nota dizendo que o caso está em caso de segredo de justiça e que, no dia do ocorrido, o vice-governador prestou informações à polícia de Santa Catarina e "retornou calma e pacificamente ao apartamento de veraneio".

A denúncia

No dia 7 de julho, Viviane disse à polícia que o marido tinha a agredido e batido a cabeça dela no sofá várias vezes. Ela mostrou aos policias marcas de vermelhidão em seu rosto, pernas e braço gerado pelas agressões.

A polícia encaminhou o casal até a delegacia para registrar a ocorrência, mas no caminho a mulher começou a relatar outra versão, dizendo que foi só uma discussão e que não queria mais fazer o boletim.

No entanto, como Viviane apresentava lesões no rosto e, na ligação para o 190, relatou ter sido agredida, a polícia deu andamento na ocorrência e fez o registro.

Pivetta foi detido em flagrante por violência doméstica e solto logo em seguida, depois de pagar fiança.

O delegado Diogo Medeiros, do setor da Violência Doméstica, da Delegacia de Polícia Civil de Itapema, disse que, no dia do crime, o vice-governador, a mulher dele e os policiais foram ouvidos e que a vítima tentou retirar a queixa ainda na delegacia.

“Mas, nesse caso, como foi lesão corporal, não cabe a ela decidir se o caso será investigado ou não”, explicou o delegado, ao afirmar que ela estava com lesões aparentes.

O inquérito foi aberto e concluído dias depois.

Vídeo desmentindo agressão

Viviane Kawamot publicou no perfil dela no Instagram, na terça-feira (3) uma mensagem dizendo que foi pressionada pela secretária de Comunicação Social do estado Laice Souza, a gravar um vídeo desmentindo uma denúncia de agressão contra o marido, registrada no dia 7 de julho, na polícia de Itapema (SC), onde o casal passava férias.

O vídeo citado por ela foi postado na última quinta-feira (29).

O G1 tenta contato com Viviane, mas até a publicação desta reportagem ela não havia atendido as ligações e nem respondido as mensagens do WhatsApp. A equipe também tenta localizar a defesa dela.

Laice Souza emitiu uma nota nesta terça-feira negando que tenha pressionado Viviane a desmentir a agressão.

"O vídeo foi gravado pela senhora Viviane, do próprio celular, sem texto de apoio e postado nas redes sociais por ela. Repudio qualquer tipo de violência, inclusive contra a honra. Por isso, estou acionando judicialmente a senhora Viviane, por calúnia e difamação, além de registrar um boletim de ocorrência, para que o processo tramite na esfera criminal, com todas as provas já colhidas", declarou.

Depois que a secretária se manifestou sobre a acusação, Viviane postou outra mensagem: "Contra fatos não há argumentos. E o que eu postei eu sustento, inclusive se houver necessidade de expor conversas de Whats com terceiros ligados ao Poder Executivo e Legislativo irei fazê-lo. Que ela tome as medidas que achar necessárias, porque as minhas já foram tomadas".

Na semana passada, depois que o caso veio à tona e começou a repercutir no estado, a advogada postou um vídeo nas redes sociais dizendo que não tinha sido agredida e que se tratava de uma briga de casal.

"Eu estou passando aqui para falar a respeito da notícia que está correndo nos veículos de comunicação do estado a respeito de mim e do meu esposo. Estou passando para tranquilizar, porque está tudo bem", disse, no vídeo.

Nesta segunda-feira (2), a primeira-dama do Mato Grosso, Virgínia Mendes, postou uma foto dela no Instagram, com um cartaz escrito: “Você não está sozinha”, em alusão à campanha 'Agosto Lilás', que surgiu para celebrar os dez anos da Lei Maria da Penha.

No entanto, horas depois o post foi apagado e tornou a ser publicado na noite do mesmo dia.



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