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Polícia

Reeducandas confeccionam máscaras de tecido para unidades penais

Objetivo é viabilizar a proteção ao maior número possível de reeducandos e servidores, evitando a contaminação do coronavírus

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Divulgação / Reprodução

Máscaras de tecido estão sendo confeccionadas por reeducandas da Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May, em Cuiabá, e da Cadeia Pública de Nortelândia (250 km a Médio Norte da capital). Além da produção própria, será possível fornecer também a outras unidades penais, desde que consigam adquirir o material necessário. O objetivo é viabilizar a proteção ao maior número possível de reeducandos e servidores, evitando a contaminação do coronavírus (Covid-19).

A ideia surgiu na Penitenciária Feminina, onde a diretora, Maria Giselma Silva, que também é costureira, desenvolveu o projeto com quatro reeducandas. Em média, elas confeccionam 200 máscaras por dia. “Uma servidora nossa comentou que havia feito máscaras de tecido em casa para a família, então pensei que poderíamos fazer isso aqui, pois temos ateliê de corte e costura com os equipamentos necessários”, conta.

Desde semana passada, elas já produziram mais de 500 peças que, além do uso interno, contemplou servidores, outras unidades penais e familiares. Foram entregues 160 máscaras para distribuição às unidades penais do interior do estado; 50 para a Cadeia Pública do Capão Grande (Várzea Grande); além do Serviço de Operações Especiais (SOE) do Sistema Penitenciário. A Penitenciária Central do Estado (PCE) também teve interesse, forneceu o tecido e as reeducandas produzem em média 100 máscaras por dia para a unidade.

O grupo de teatro Cena Onze manifestou interesse em encomendar algumas unidades e adquirir a preço de custo. Além de fornecerem aos integrantes do grupo, que fazem trabalho comunitário, a intenção é doar às pessoas socialmente vulneráveis. “Fico muito feliz em poder ajudar e ver como as recuperandas também se sentem bem sabendo da importância do trabalho delas neste momento, além de diminuir a ociosidade e obterem remição de pena”, salienta a diretora. Atualmente, a Penitenciária possui 196 mulheres privadas de liberdade.

Conhecimento multiplicado

Com o objetivo de ampliar a iniciativa, Maria Giselma ministrou uma oficina a oito reeducandas da Cadeia Pública de Nortelândia, no último final de semana (28.03 e 29.03), que já estão trabalhando na confecção de máscaras. Alguns materiais necessários, como linha, agulha, óleo para a máquina, por exemplo, foram doados pelo Conselho da Comunidade local. Já os recortes de tecido foram cedidos pela Malharia Hora H, localizada em Diamantino.

Segundo a diretora da Cadeia, Adriana Silva Duarte Ribeiro, a quantidade de material disponível será suficiente para fazer 240 máscaras de tecido, que possuem ainda um filtro de TNT aplicado. Desta forma, será possível atender não só a população carcerária da unidade, que é de 62 mulheres, mas também servidores e outras unidades penais de Mato Grosso. “A pedido do nosso secretário adjunto, Emanoel Flores, faremos o possível para contribuir com a proteção das pessoas privadas de liberdade, bem como dos servidores que trabalham com esta população”.

Ela frisa a importância da parceria, viabilizada pelo compartilhamento do conhecimento e solidariedade entre os integrantes do Sistema Penitenciário. “Trabalhando em sintonia, conseguimos ainda proporcionar trabalho às reeducandas, elas têm se dedicado neste período de quarentena, que é delicado para todos nós, mas principalmente para elas, por conta da suspensão temporária de visitas e de trabalho extramuros”, explica.  

As atividades internas nas unidades penais, como limpeza, manutenção, corte e costura, entre outras, continuam sendo desenvolvidas, com a devida observância ao distanciamento necessário entre as reeducandas, além das normas de higienização. Para cada três dias trabalhados, cada recuperanda cumpre um dia a menos de pena.



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