PUBLICIDADE

Polícia

Cadeia de Juína registra surto de hanseníase por falta de médico

 | Otmar Oliveira
Otmar Oliveira

Sessenta e seis presidiários do Centro de Detenção Pública de Juína foram diagnosticados com hanseníase, no ano passado. Número representa indíce de contaminação de mais de 32% da população carcerária na cidade, cerca de 206, na época. Os dados coletados pelo Ministério Público Estadual constam na ação civil pública ajuizada contra o governo de Mato Grosso exigindo a contratação de médico, enfermeiro e 18 agentes penitenciários para auxiliar no tratamento e prevenção da doença.

No último dia 10 deste mês de março, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) foi firmado com a finalidade de realizar essas contratações em um prazo de 30 dias. Isso ocorreu após decisão judicial que determinava a prisão do secretário de Segurança Pública, Alexandre Bustamante, caso a medida não fosse cumprida, além de multa de R$ 10 mil ao dia.

De acordo com a presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado de Mato Grosso (Sindspen), Jacira Maria da Costa Silva, a doença se alastrou no presídio desde a trasnferência dos presos da Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá, em abril de 2018, após motim, morte de detento e ameaças a agentes penitenciários. "Temos 3 agentes penitenciários que contraiu a doença através dos presos", afirma a sindicalista.

No entanto, Jacira credita essa epidemia a falta de profissionais da saúde na cadeia. "Na Penitenciária Central também tem muitos casos, mas por estar na Capital há um atendimento médico constante. Agora, lá em Juína, desde que passou a ser um CDP, requer profissionais da saúde e não tem. Desde a transferência dos presos vem sido feito pedidos constantes para combater a doença, mas acabou nesse surto que contaminou os agentes que trabalham na unidade", relata.

Atualmente, em todo o Estado 79 presidiários contaminados com hanseníase estão em tratamento, segundo a Secretaria de Segurança Pública (Sesp-MT).

A dificuldade na contratação de médicos tem sido notória devido a falta de candidatos. Isso por conta do salário, de cerca de 5 mil, que não seria atrativo para os profissionais que tem de trabalhar 40 horas semanais. Os editais de contratação de médicos são realizados pela Secretaria Estadual de Saúde.



deixe sua opinião






  • Máximo 700 caracteres (0) 700 restantes

    O conteúdo do comentário é de responsabilidade do autor da mensagem.

    Clicando em enviar, você aceita que meu nome seja creditado em possíveis erratas.



mais lidas de Polícia (últimos 30 dias)

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
TOPO

Contato

Redação

Facebook Oficial