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Líder da oposição em Moçambique regressará do exílio

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O líder da oposição moçambicana, Venâncio Mondlane, que há semanas apela a protestos desde o exílio, disse que regressará ao país na quinta-feira.

Mondlane disse que chegaria antes da tomada de posse de um novo presidente na próxima semana.

Daniel Chapo, do partido no poder, Frelimo, deverá prestar juramento na próxima quarta-feira, depois de um tribunal ter confirmado a sua vitória eleitoral.

Mas Mondlane, o segundo classificado, rejeitou o resultado, provocando protestos violentos que deixaram dezenas de mortos desde Outubro.

Mondlane deixou Moçambique no mesmo mês dizendo temer pela sua vida, depois de dois dos seus assessores terem sido mortos a tiro.

Num discurso ao vivo no Facebook no domingo, ele enviou uma mensagem desafiadora às autoridades dizendo que “estará em Maputo. Eles não precisam mais me perseguir”.

Disse que chegaria às 08h05 locais (06h05 GMT) de quinta-feira ao aeroporto internacional de Maputo, apelando às pessoas para o receberem ali.

“Se eles estão matando meus irmãos… então eu estarei lá. Você pode fazer o que quiser. Se quiser matar, mate. Se quiser prender, prenda também. Eu estarei lá”, disse ele.

Mondlane afirma que ganhou as eleições e apelou a mais protestos até que haja “verdade eleitoral”.

Os seus apoiantes têm frequentemente organizado protestos violentos em todo o país para exigir o fim dos 49 anos de governo do partido Frelimo.

Ele já havia dito que iria instalar-se como presidente em 15 de Janeiro – no dia da posse presidencial – apesar do tribunal ter mantido a vitória do seu rival.

A comissão eleitoral declarou inicialmente Chapo o vencedor das eleições com 71% dos votos, em comparação com os 20% de Mondlane.

Os resultados oficiais finais do tribunal constitucional há duas semanas deram a Chapo 65% e Mondlane 24%.

Observadores eleitorais internacionais disseram anteriormente que a votação foi falha, apontando para números adulterados e outras irregularidades durante o processo de contagem.

As forças de segurança procuraram pôr fim aos protestos a nível nacional numa repressão violenta que pôs à prova a estabilidade do país.

Mais de 270 pessoas foram mortas, incluindo manifestantes, crianças e membros das forças de segurança, segundo grupos de direitos humanos.

A agitação também afectou a economia, com mais de 12 mil pessoas a perderem os seus empregos e mais de 500 empresas a serem vandalizadas.

Os países vizinhos também foram afectados pela agitação política, com milhares de moçambicanos a fugir através da fronteira.

O Presidente cessante, Filipe Nyusi, apelou no passado ao diálogo para resolver a disputa. No dia 27 de dezembro, Chapo apelou à “não-violência” e à “unidade”.

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