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Exposição ao agrotóxico em MT é seis vezes maior que a média nacional, aponta pesquisa

Dados indicam a presença de resíduos na urina e no sangue de trabalhadores rurais e de professores, urbanos e rurais, dos três municípios pesquisados, e de produtos não autorizados para a cultura em q

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Divulgação / Reprodução

A exposição média ao agrotóxico em Mato Grosso chega a 46 litros, quantidade seis vezes maior que a média nacional, hoje de 7 litros per capita/ano.

A informação consta na pesquisa 'Valiação da contaminação ocupacional, ambiental e em alimentos por agrotóxicos na Bacia do Juruena', divulgada no último mês durante o Fórum Mato-Grossense de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos.

Entre os resultados da pesquisa estão os que indicam a presença de resíduos na urina e no sangue de trabalhadores rurais e de professores, urbanos e rurais, dos três municípios pesquisados – Campos de Júlio (a 692 km de Cuiabá), Campo Novo do Parecis (a 397 km de Cuiabá) e Sapezal (a 473 km de Cuiabá), e de produtos não autorizados para a cultura em que foram encontrados.

Agrotóxicos

O uso de agrotóxicos em Mato Grosso foi superior a 150 milhões de litros somente em 2015. Desse total, 150 milhões de litros, 97% foram empregados no cultivo de algodão, soja, milho e cana-de-açúcar.

Os municípios da Bacia do Juruena foram escolhidos por estarem entre os maiores produtores agrícolas do estado: plantaram 1.6 milhão de hectares (11,7% da produção estadual) e utilizaram, juntos, 18,6 milhões de litros de agrotóxicos (12,4% do uso estadual).

Levando-se em consideração a área plantada, a população e o volume de agrotóxicos aplicado, a pesquisa revelou que cada habitante de Campos de Júlio está exposto, em média, a 606 litros de veneno por ano.

Em Campo Novo do Parecis, a média é de 209,4; e, em Sapezal, de 364.

O evento foi sediado no Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso (MPT-MT).

Projeto

O projeto teve início em 2014, sob a coordenação de equipe do Núcleo de Estudos Ambientais e de Saúde do Trabalhador (NEAST), do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), por meio de cooperação técnica com o MPT.

Chamou atenção a linha de pesquisa que mostrou a contaminação do ar e da água da chuva e de poços artesianos de escolas da região pesquisada. Em sua dissertação de mestrado, intitulada

Em relação às amostras de chuva, 55% das 72 coletadas apresentaram resíduos de, pelo menos, um tipo de agrotóxico. Em Campo Novo do Parecis, o percentual foi de 75% contra 45,4% de Sapezal e 46,1% de Campos de Júlio.

Glifosato

Dos 88 tipos de agrotóxicos detectados nos três municípios, 67% são considerados extremamente tóxicos.

A pesquisa demonstrou, ainda, que o glifosato continua sendo o veneno mais consumido – até três vezes mais que o segundo colocado, o inseticida clorpirifós, atualmente investigado por seus potenciais danos à formação do cérebro dos bebês e pelo risco de desencadeamento do autismo.



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