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Polícia

Marreta é principal alvo de operação e se utilizava de outras organizações para lucrar sozinho

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Divulgação / Reprodução

O membro do Conselho Final do Comando Vermelho, Luciano Mariano da Silva, conhecido como 'Marreta', é o principal alvo da 'Operação Parasita', deflagrada nesta sexta-feira (05) com o objetivo de desarticular uma  organização criminosa voltada ao tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e outros crimes conexos. Ao todo, o grupo movimentou mais de R$ 18 milhões.

Marreta é responsável pelo pelo esquema de lavagem de dinheiro ilícito. 

Segundo as investigações, Marreta, claramente, se utilizava dos demais integrantes e até mesmo da estrutura de outra organização criminosa local em suas empreitadas, sempre visando aferir lucros, isoladamente.

As investigações apontaram ainda que a organização criminosa funcionava como uma espécie de franquia do crime, com conexões e relações comerciais com outras organizações criminosas, dentro e fora de Mato Grosso.

O grupo organizava a logística de fornecimento de entorpecentes a integrantes de outras organizações atuantes na região nordeste do Brasil.

No decorrer das investigações, ficou demonstrado que os alvos atuavam no tráfico de drogas em diversos municípios de Mato Grosso, dentre eles Barra do Bugres, Alto Paraguai, Jaciara, Nova Olímpia, Feliz Natal e Nova Mutum. Nestas cidades, qualquer traficante que pretendesse comercializar entorpecentes deveria ser previamente autorizado pelos líderes, sendo obrigado a adquirir a droga diretamente do grupo.
 
O grupo era responsável pela carga de cerca de 500kg (quinhentos quilogramas) de maconha, apreendida em 26/07/2019, em Rondonópolis/MT. Na oportunidade, apenas duas adolescentes haviam sido apreendidas quando mantinham a droga em depósito a mando dos líderes da organização investigada.

No total, são cumpridas 21 ordens judiciais de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão em quatro estados da Federação: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba e Pernambuco Os mandados foram expedidos pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá.

Marreta

Luciano Mariano da Silva, conhecido como "Marreta", confessou ter matado o colega de cela, Paulo Cesar dos Santos, conhecido como "Petróleo", em outubro de 2019, no  raio cinco da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá. Marreta chegou a dizer que considerava Petróleo como um irmão, mas que teria o assassinado para não morrer. 

Acompanhado do advogado de defesa, Rafael Winck do Nascimento, Marreta foi ouvido pelo delegado responsável pelo inquérito, Caio Fernando Alvares  Albuquerque. Questionado sobre o envolvimento na morte de Petróleo, ele não hesitou: "Quem matou ele foi eu".

Na ocasião, disse que matou o colega de cela pois há um ano e meio Luciano estaria o prejudicando. Como, por exemplo, no transporte de armas e drogas. Petróleo estaria ouvindo a conversa de Marreta com os comparsas que atuavam fora da Penitenciária e repassava informações ao Batalhão de Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam), que desencadeou em uma operação. 

Petróleo foi morto dois dias depois de um interrogatório no Fórum de Cuiabá, por conta da Operação Assepsia, que localizou no dia seis de junho, 86 aparelhos celulares, dezenas de carregadores, chips e fones de ouvido.  Todo o  material estava acondicionado dentro da porta de um freezer, que foi deixado naquela unidade para ser entregue a um detento.

No dia do depoimento no Fórum, Marreta deteria descoberto a condição de informante de Petróleo, pois a versão de várias pessoas teria exatamente as mesmas informações que ele conversava em cela com seus comparsas. "Eu fiquei sabendo do regaço que ele fez na minha vida", disse.

Já durante retorno à PCE, Marreta questionou o companheiro de cela sobre o motivo que o levou a passar as informações sobre suas ações. Petróleo teria dito: "Depois da visita nos conversa".

A visita aconteceu no sábado, 26 de outubro. Ambos não tiveram uma conversa. Conforme o depoimento, por volta das 21 horas, Petróleo estaria olhando fixamente para Marreta, o que causou um certo desconforto e ele não conseguiu dormir. Por volta das 23 horas, Marreta se certificou que todos os detentos estavam dormindo e resolver matar Petróleo.

Marreta pegou o lençol de sua cama e um vidro de perfume. Após trançar o lençol no banheiro, ele atacou Petróleo pelo pescoço e o imobilizou "para que ele perdesse a força, eu tenho quatro anos de artes marciais", disse à polícia.
 
Marreta fez com que Petróleo inalasse o perfume para conseguir "apagar" ele. Depois de matá-lo asfixiado, teria levado a vítima para o banheiro e o perdurado, para simular suicídio. Ele também limpou o local para tentar eliminar suas digitais.

Na sequência, foi dormir em sua cama. Já na manhã de domingo, ao acordar por volta das 6h30, ele fingiu surpresa ao ver o corpo pendurado. "Ó o cara aqui se suicidou".

Os agentes penitenciários foram chamados e avistaram o corpo. Marreta e Petróleo dividiam a cela com outros três presos, que não teriam presenciado a situação. Ele também disse ao delegadado que não se considera membro de uma facção criminosa, mas que matou para não ser morto pela vítima. 



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