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Gaeco descobre contradições graves entre depoimentos de Permínio e Vandoni

Aos promotores, ex-secretário disse que foi avisado de fraudes; Vandoni disse que sim e depois não

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Divulgação / Reprodução

A decisão do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de investigar a suspeita de que a chefe do Gabinete de Transparência e Combate à Corrupção, Adriana Vandoni (PSDB), tenha cometido falso testemunho em depoimento aos promotores que investigam indícios de fraude em licitações e cobrança de propina na Seduc (Secretaria de Estado de Educação) se deve as contradições de seu depoimento com a versão apresentada pelo ex-secretário de Educação, Permínio Pinto (PSDB). Na última quinta-feira (04), a juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Arruda, autorizou o compartilhamento de provas da ação penal da Rêmora para o NACO (Núcleo de Ação de Competência Originária), órgão do Ministério Público Estadual (MPE) que investiga autoridades com foro por prerrogativa de função, possa dar prosseguimento às investigações sobre Vandoni.

Em depoimento no dia 25 de julho deste ano aos delegados e promotores de Justiça do Gaeco, Vandoni informou que não comunicou o ex-secretário Permínio Pinto a respeito das suspeitas de fraudes para não atrapalhar as investigações. Ela detalhou que no dia 13 de janeiro de 2016 um empreiteiro se deslocou até o gabinete de transparência e combate à corrupção para denunciar que foi procurado por um servidor lotado na secretaria de Educação que lhe orientou a entrar em contato com o empresário Giovani Guizardi, na sede da Dinamo Construções, para receber pelos serviços prestados. 

O empresário ainda contou a secretária que foi até a sede da empresa e orientado a deixar o celular do lado de fora. Em conversa com Guizardi, foi orientado a pagar 5% do valor que teria a receber. Do contrário, a liberação do dinheiro não seria feita pela secretaria de Educação.

A secretária ainda comentou que encaminhou a denúncia ao delegado fazendário Lindomar Toffoli. "Não chegou a comunicar o secretário de Estado de Educação sobre os fatos denunciados a fim de não prejudicar as investigações", diz depoimento obtido com exclusividade pelo FOLHAMAX.

No entanto, o depoimento de Vandoni contradiz com a versão apresentada pelo ex-secretário Permínio Pinto. No dia 11 de maio, em depoimento ao Gaeco, ele disse que foi informado por Vandoni. “Foi comunicado pela secretaria Vandoni informalmente que, em janeiro de 2016, haveria uma possível solicitação de vantagens indevidas junto à Seduc em relação a processos licitatórios, mas pelo fato da Vandoni ter informado que estaria encaminhando essa denúncia para a Delegacia Fazendária não abriu qualquer procedimento interno para apuração dos fatos. Vandoni não apontou detalhes da denúncia, nem mencionou o nome dos envolvidos”, diz um dos trechos do depoimento.

Ainda de acordo com Permínio, se "tivesse conhecimento de nomes de envolvidos, como Fábioo Frigeri, teria exonerado de imediato". Ele ainda assumiu que Frigeri foi uma indicação técnica sua para a pasta.

VAI E VOLTA

Além disso, o Gaeco detém um vídeo disponibilizando na internet no qual em entrevista ao programa Conexão Poder exibido pela TV Pantanal, canal 22, Vandoni revela que informou Permínio Pinto das irregularidades, o que levou a demissão de um servidor lotado na Seduc, o superintendente Wander Luiz dos Reis. Atualmente, Permínio Pinto está preso pela suspeita de chefiar o esquema de cobrança de propina e fraude em licitação enquanto exerceu a função de secretário de Estado de Educação. 

O crime de falso testemunho está previsto no artigo 342 e consiste em fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral. A pena prevista é de reclusão de um a três anos e mais pagamento de multa.



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