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Polícia

Investigados, presidente e tesoureiro da Fecomércio-MT são afastados dos cargos

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Divulgação / Reprodução

O presidente da Federação do Comércio de Mato Grosso (Fecomércio), Hermes Martins da Cunha, e do tesoureiro da entidade, Paulo Sérgio, foram afastados dos cargos, em assembleia realizada nesta quarta-feira (14).

Eles são investigados por supostos atos de improbidade administrativa. Foram oito votos a favor e sete contrários.

Antes da sessão, houve tumulto e confusão e um advogado disse ter sido agredido por um funcionário que tentava impedir a votação.

Em nota, a Fecomércio informou que a assembleia extraordinária que afastou o presidente da instituição, só poderia ocorrer se, no mínimo, 2/3 dos conselheiros assinassem um requerimento, o que não foi cumprido. Dessa forma, o resultado da votação não pode ser validado e, por isso, o presidente continua no cargo.

Com o afastamento de Hermes, o vice-presidente da Fecomércio, João Flávio Barbosa Sales, assume a presidência da entidade.

Segundo o advogado Marilton Casal, que é advogado do até então vice-presidente, ele e um colega foram agredidos na entrada por um funcionário.

"Tentaram impedir a votação, mas não conseguiram. Trancaram a sala de reunião, onde normalmente é feita a votação, e por causa disso a votação está sendo realizada no saguão de entrada do prédio (da Fecomércio)", afirmou.

A acusação é de que Hermes e o tesoureiro estejam negando os conselheiros o acesso a documentos sobre gastos, a contratos e a cheques utilizados em suposta lavagem de dinheiro.

"Queremos saber quem emitiu os cheques e sacou os cheques. Uma funcionária que sacou os cheques, em vez de ter sido demitida, foi promovida", disse o advogado.

O advogado disse que há um ano foi convocada uma assembleia para julgar o afastamento do presidente e do tesoureiro pelo prazo de 180 dias durante as investigações.

De acordo com ele, o afastamento é preventivo durante a investigação de omissão de documentos, ocultação de cheques que teriam sido usados em lavagem de dinheiro, no entanto, os investigados conseguiram uma liminar no Tribunal Regional do Trabalho de Mato Grosso e a assembleia foi suspensa.

Mas, segundo ele, com o julgamento de mérito, a liminar foi cassada e, consequentemente, foi convocada para esta quarta-feira pelo vice-presidente, já que o próprio presidente se declarou impedido na época, pois ele será julgado.

"Infelizmente, quando nós chegamos aqui o funcionário da Fecomércio tentando, com o uso de violência e métodos agressivos, impedir que a assembleia acontecesse. Fui empurrado, lesionado, me machucaram, outros colegas também sofreram lesões. E isso nos envergonha, porque é algo que era para ser algo democrático e cada um tem direito de manifestar o seu voto", declarou o advogado.

Investigação

No ano passado, o Ministério Público Estadual abriu um inquérito para apurar supostas irregularidades que teriam sido cometidas na administração da Fecomércio. Entre os eventuais atos de improbidade administrativa que teriam sido cometidos no sistema Fecomércio/Sesc/Senac que devem ser investigados pelo MP está o plano de demissão voluntária, que pagou valores considerados altos para dispensar funcionários.

Hermes da Cunha está na presidência da Fecomércio desde o dia 28 de setembro de 2015. Antes, ele ocupava o cargo de vice-presidente, tendo assumido apenas quando o então presidente, Pedro Nadaf, foi preso na operação Sodoma, que investiga a suposta cobrança de propina das empresas em troca de beneficios fiscais do estado.

À Justiça, Pedro Nadaf confessou que usou indevidade a conta da federação para receber dinheiro, sem a participação de outros diretores. Segundo o atual presidente da entidade, providências para evitar que esse tipo de situação se repita já foram tomadas.

Desde abril de 2016, os conselheiros estariam questionando a movimentação de dinheiro da Fecomércio sem autorização do conselho e gastos considerados exagerados, como R$ 150 mil para compra de materiais diversos, R$ 738 mil referentes a diversos serviços prestados por terceiros e uma viagem aos EUA, no valor de R$ 173,5 mil.



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