Bebê leva agulhadas na cabeça e tórax em ritual religioso em São Pedro da Cipa

Atualizada às 19h - Equipe médica não retirou as quatro agulhas de metal de bebê de 3 meses, vítima de ritual de magia negra, na cidade de São Pedro da Cipa, na região de Jaciara e Rondonópolis, no interior de Mato Grosso. O estado de saúde da menina é grave e continua com 3 agulhas na cabeça e uma no tóxax, ocupando leito de UTI pediátrica da Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis (212 km ao sul).

Segundo a Polícia Civil, na noite do domingo o Conselho Tutelar da cidade foi acionado pelo médico do Hospital Municipal  de Jaciara. A criança chegou com hematomas na cabeça e chorava muito. Após a denúncia chegar à delegacia, o pai da menina, Wellinton de Jesus Costa, 27, e a mãe, que é uma adolescente de 17 anos, C.S.S., foram detidos, junto com a líder religiosa Iraci Querioz dos Santos, 42, chamada de "Baiana". O pai e Baiana continuam presos em Jaciara, já a mãe, por ser menor de idade, foi ouvida e liberada, correndo o risco de sofrer internação a qualquer momento.

Uma filha de Iraci, Débora Queiroz dos Santos e o marido Ricardo César dos Santos também tiveram decretadas suas prisões preventivas. Débora e logo após, o marido que estava foragido, também foi detido. Os dois também participaram do ritual em que a criança foi colocada no centro de um círculo enquanto as agulhas eram introduzidas em seu corpo. 

Os três envolvidos já respondem por tentativa de homicídio doloso com três qualificantes.

O delegado Marcelo Melo, de Jaciara, é o responsável pelo caso. Ele ficou sabendo que a criança estaria sofrendo maus tratos, em ritual de magia, e encaminhou equipe de investigação à São Pedro da Cipa. A informação é a de que os pais receberam R$ 250 para autorizar as agulhadas na menina. Outra denúncia de que o irmão mais velho da menina, de dois anos também seria vítima de agressões, será apurada pela Polícia.

A criança já foi atendida há cerca de uma semana no Hospital Municipal de Jaciara, com os pés cortados.

Desta vez, devido aos hematomas na cabeça e corpo deixados pelas agulhas, a equipe de plantão resolveu encaminhar a pequena paciente à Rondonópolis.

O delegado Marcelo está apurando o caso. Investigações preliminares apontam que os pais acreditavam que, sendo seviciada, a vítima ficaria protegida por Deus. (Colaborou Silvana Ribas)