PUBLICIDADE

Polícia

Reformas de escolas serviria para Guizardi e Alan Malouf desviarem R$ 6 milhões por ano, diz delação

 |
Divulgação / Reprodução

Em delação premiada já homologada pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), o proprietário da Dínamo Construtora, Giovanni Belatto Guizardi, revela que o “Projeto Escola Legal”, que previa reformas em escolas estaduais de Cuiabá e Várzea Grande, foi elaborado como a fim de garantir desvios de R$ 6 milhões ao ano em benefício do empresário Alan Malouf, que exigia retorno por investimentos para campanha de Pedro Taques ao governo do Estado. O projeto estava orçado em R$ 33 milhões, mas foi suspenso no mesmo ano.
 

Por apresentar informações que envolvem políticos com foro privilegiado, a homologação do acordo não foi feita pela juíza da Sétima Vara Criminal, Selma Rosane Arruda, mas pelo TJ. Ainda, como parte do feito, celebrado com o Ministério Público Estadual (MPE), o réu foi liberado nesta quinta-feira (1º) para cumprir prisão domiciliar, após passar cerca de cinco meses na base do Serviço de Operações Especiais (SOE), em Cuiabá.

Narra Giovanni Guizardi que o projeto “Escola Legal” iniciou-se com a necessidade da Seduc em realizar as reparações emergenciais e manutenção das escolas públicas estaduais em Cuiabá e Várzea Grande, uma vez que o valor de R$ 14 mil anuais para cada escola não estava sendo suficiente. Inicialmente a ideia era executar reparação dos banheiros das escolas estaduais destas cidades, todavia o delator percebeu, após levantamento, que não apenas os banheiros, mas toda a estrutura das escolas estava comprometida. 

O delator então procurou o secretário Permínio Pinto, que concordou com o projeto, que veio a se chamar “Projeto Escola Legal”, com investimento avaliado em R$ 33 milhões. As obras de reforma durariam um ano, renovável por mais um ano. Guizardi admite que fora ele mesmo quem desenvolveu o edital e que para direcionar o vencedor, estabeleceu a condição específica de que as empresas concorrentes apresentem acervo técnico de 8 mil m² de alvenaria. 

Ficou convencionado pelos participantes do esquema que, dos valores recebidos, 10% retornaria para o empresário Alan Malouf, para quitar investimentos na campanha eleitoral do governador Pedro Taques, em 2014. A divisão dos lucros ainda seria feita pelo proprietário do Buffet Leila Malouf, uma vez que fora ele quem inseriu Guizardi no “processo”. 

O “Projeto Escola Legal” teve seus tramites dentro dos limites legais, entretanto, por se tratar de investimento com valor expressivo, não contou, num primeiro momento, com o aval do Conselho de Desenvolvimento Social (Condes). Somente posteriormente o projeto foi aprovado. Guizardi não especifica, todavia, o que fez o órgão alterar seu parecer. 

O processo licitatório transcorria naturalmente quando, no final de 2015, Permínio Pinto decidiu suspender a licitação, explicando ao delator que faria uso do recurso destinado ao “Projeto Escola Legal” “para pagar outras obras”, deixando a promessa de que retomaria a licitação no início deste ano. 

A expectativa de Alan Malouf neste projeto era de obter lucro de R$ 6 milhões ao ano, sendo metade para cada um (a delação não específica o segundo recebedor, se trata de Permíno Pinto ou o próprio Giovani Guizardi). Recorda, entretanto, que o empenho girava em torno de R$ 21 milhões. 

De acordo com o Governo do Estado, segundo informação obtida em seu portal, o “Projeto Escola Legal” prometia atender 123 escolas de Cuiabá e Várzea Grande, sendo 77 escolas da capital e 46 da cidade vizinha. 

Na matéria elaborada pela comunicação do Estado, consta trecho de entrevista com o superintende de Infra Estrutura Escolar, Moisés Dias da Silva, hoje réu pela “Operação Rêmora”, preso no dia 03 de maio deste ano e exonerado no dia 12. 

Sobre o Projeto Escola Legal, ele diz: "Vai facilitar o atendimento. Teremos 25 equipes cuidando desses casos, checando as reais necessidades e encaminhando para a empresa executar as obras", informou no fim de dezembro de 2015. 

 



deixe sua opinião






  • Máximo 700 caracteres (0) 700 restantes

    O conteúdo do comentário é de responsabilidade do autor da mensagem.

    Clicando em enviar, você aceita que meu nome seja creditado em possíveis erratas.



mais lidas de Polícia (últimos 30 dias)

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
TOPO

Contato

Redação

Facebook Oficial