Mato Grosso
Índice crescente de suicídios gera alerta
- Jornal A Gazeta
Índices de atentados contra a própria vida em Mato Grosso geram alerta na segurança e saúde pública. Os números crescentes ressaltam ainda a importância de olhar e ouvir o outro e também falar sobre o assunto.
Em Cuiabá, no ano passado, foram registrados 50 suicídios, de acordo com dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), o que indica um aumento de 108% se comparado a 2018. As tentativas cresceram 48%, saindo de 33 para 49, segundo as ocorrências do Corpo de Bombeiros Militar (CBM). No Estado, o crescimento foi 22% para os casos consumados e 14% para os tentados.
Tenente Bombeiro Yohann Reis avalia que os números chamam a atenção uma vez que o cenário esperado seria a diminuição dos registros e não o contrário. Ressalta que os militares atuam nesses tipos de ocorrência mediante acionamento. Após o chamado, realizam o gerenciamento da crise, no casos das tentativas. Solucionado o conflito, na Capital, a pessoa é encaminhada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para uma unidade de saúde. No interior, os bombeiros fazem esse transporte.
Conforme a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) os dados são alarmantes porque mostram aquelas ocorrências que, de alguma forma, receberam atendimento. Todavia, há aqueles que sequer chegam a essa fase, frisa Roseli Batista Costa, coordenadora da rede de assistência de saúde mental do município. “Fazemos o acompanhamento desses números. Com relação aos casos, o monitoramento é quando chega até nós”, destaca.
Na Capital, cerca de 250 pessoas estão em tratamento nos 3 Centros de Atenção Psicossocial (Caps), contabilizando o público infanto-juvenil e adulto. Costa reforça, entretanto, que essas unidades são indicadas para os casos mais severos e graves. Os atendimentos são realizados também nos Postos de Saúde da Família (PSF). “Os profissionais estão aptos para atender e ali é identificado se há necessidade para encaminhamento ambulatorial ou não”.
Para essa busca ativa do atendimento, Costa diz que as pessoas precisam estar atentas umas às outras para perceber o aparecimento dos sintomas de sofrimento mental e mudanças no comportamento que indiquem a necessidade de ajuda.
Nesse sentido, a servidora lembra que o poder público conta com campanhas orientativas em ações pontuais, como o Janeiro Branco e o Setembro Amarelo, que lidam com o fortalecimento da saúde mental e prevenção ao suicídio, respectivamente.
Hoje será realizado um evento na praça do bairro Cidade Verde para o encerramento das ações do mês alusivo à saúde mental, a partir das 8h30. Denominada “Hora do Abraço”, a ação tem o objetivo de promover a interação com o outro e promover essa volta do olhar à pessoa que está ao nosso lado e orientar sobre os riscos de doenças como a depressão.
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