PUBLICIDADE

Mato Grosso

Se alíquota previdenciária patronal for a 22%, MPE entra em colapso, avalia Borges

 |
Divulgação / Reprodução

Com 72 aposentados e 42 pensionistas, o Ministério Público do Estado (MP) mantém o custeio de uma folha salarial mensal de R$ 2,5 milhões com o pagamento dos benefícios. Com essa realidade, o órgão constitucional vive no limite para não encerrar o exercício financeiro com déficit em seu regime previdenciário. Dependendo do que for definido com a reforma da Previdência, a realidade relativamente estável no MPE pode se transformar em um cenário com resultado negativo, já que 43 servidores do órgão já reúnem condições para se aposentar, mas não o fazem em razão do benefício do abono de permanência.

Os dados fazem parte do Estudo Atuarial do Mato Grosso Previdência (MT Prev), que traz as informações previdenciárias dos poderes e órgãos independentes no Estado. O procurador-geral de Justiça, José Antônio Borges, avalia que a questão previdenciária é uma das grandes preocupações do órgão atualmente. “O nosso maior problema hoje é o futuro do Ministério Público, conforme vier a reforma da Previdência, pode ter um vácuo de aposentadorias, e não temos condições para repor as vagas. Hoje 43 colegas que podem se aposentar, e não se aposentam neste momento, porque existe o abono de permanência”.

Outra preocupação do procurador-geral é a possibilidade de aumentar para 22% a alíquota patronal, que é a contrapartida do ente sobre os 11%, praticados atualmente sobre o salário dos servidores para manter o pagamento dos benefícios dos aposentados e pensionistas.

“Provavelmente vai ser aumentada a alíquota, mas a gente espera que não seja confiscatória, se sair de 11% para 14%, é possível suportar. Mas como existe a discussão para aumentar para 22% a alíquota mais 27,5% de imposto de renda, que é cobrado sobre os salários maiores, em torno de 60% do salário seria para manter previdência. Isso nos traz uma preocupação administrativa, vai desestimular os servidores e inviabilizar os concursos”, aponta.

Na atual conjuntura, na qual o MPE contribui com 11% e os servidores com igual percentual, o sistema previdenciário do órgão está autossustentável. “Se a alíquota for dobrada para o patronal, o MPE não teria condições. Entraríamos o MPE, o Tribunal de Contas e Judiciário, em colapso. Tem que ser enfrentado isso de forma paulatina, a Previdência precisa ser revista, mas de forma que o remédio não se torne um veneno”.

Dentre os 72 aposentados que dependem do regime previdenciário do Ministério Público, o maior salário chega a R$ 33 mil mensais, enquanto que o menor é de R$ 3,9 mil. Entre os 42 pensionistas, o maior salário é de R$ 30,4 mil e o menor é de R$ 3 mil. Ao todo, são 561 ativos, cujo menor salário é de R$ 3,9 mil e o maior é de R$ 33,7 mil. Os valores levam em consideração os dados levantados pelo Estudo Atuarial, ao final de 2017, antes do reajuste de 16% garantido aos ministros do Supremo Tribunal Federal, ano passado, e que provocou efeito cascata no Ministério Público.



deixe sua opinião






  • Máximo 700 caracteres (0) 700 restantes

    O conteúdo do comentário é de responsabilidade do autor da mensagem.

    Clicando em enviar, você aceita que meu nome seja creditado em possíveis erratas.



mais lidas de Mato Grosso (últimos 30 dias)

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
TOPO

Contato

Redação

Facebook Oficial