Herbalife pagará multa de US$ 200 milhões e reestruturará operações

NOVA YORK - A fabricante de suplementos para dieta Herbalife pagará US$ 200 milhões aos órgãos reguladores dos EUA para se livrar da acusação de operar em esquema de pirâmide financeira, anunciaram ontem a empresa e a Comissão Federal de Comércio (FTC, na sigla em inglês) americana. Pelo acordo, a companhia terá ainda de reformular seu sistema de operação.

A Herbalife fez fortuna usando uma extensa rede de promotores independentes, que distribuem, em dezenas de países, incluindo o Brasil, shakes, vitaminas e barras energéticas para perda de peso e redução de estresse.

O método de venda recebe críticas há anos, pois “a imensa maioria”, nas palavras da FTC, dos associados ganham mais recrutando novos promotores do que vendendo efetivamente produtos, ou seja, gerando receitas. Daí a suspeita de esquema fraudulento de pirâmide.

COMISSÃO APENAS SOBRE VENDAS

Pelo acordo, a Herbalife está obrigada a mudar esta sistemática: os distribuidores terão de receber comissões calculadas sobre as vendas. As alterações valem apenas para os EUA, que respondem por 20% das vendas líquidas globais.

Apesar de haver dúvidas entre investidores e analistas sobre a capacidade de a empresa sobreviver a uma reestruturação profunda de seu modelo de negócios, as ações da Herbalife subiram mais de 20% na manhã de ontem, para encerrar com alta de 9,2%.

A investigação da FTC foi aberta em 2012. Curiosamente, jogou em campos opostos dois investidores bilionários: Bill Ackman, um crítico para o qual a Herbalife não passa de uma pirâmide, e Carl Icahn, um entusiasta. Os dois chegaram a trocar ofensas públicas. Ontem, Icahn anunciou que elevará de 18,3% para 35% sua fatia na Herbalife _ que, para Ackman, vai sucumbir ao novo modelo de negócios.