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Do Centro-Oeste dos EUA, Isa ganha um extra enviando compras como “presentes”

Receita Federal informa que o ato não configura crime; destinatário pagará 60% de importação sobre o valor da encomenda e o frete.

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Divulgação / Reprodução

Há oito meses, Isabela Santos Reis de Oliveira, 18 anos, trocou definitivamente o Centro-Oeste brasileiro pelo estadunidense, para estudar Economia e Relações Públicas em Michigan-EUA. Conciliando a faculdade e um trabalho de meio período, a jovem decidiu ganhar uma renda extra "facilitando as compras" de quem ficou por aqui e ama um produtinho importado.

Conforme a assessoria de imprensa da Receita Federal, o ato do morador receber encomendas de brasileiros e as enviar via  Correios ao Brasil, em princípio, não configura crime, o destinatário no Brasil pagará 60% de imposto de importação sobre o valor da encomenda + frete.

Isabela saiu do Brasil pela primeira vez para um intercâmbio durante o Ensino Médio. Em janeiro, a jovem se despediu de Campo Grande mais uma vez, mas agora para se graduar em uma faculdade americana. O foco principal sempre foi a graduação, mas com o alto custo de vida, no contraturno da faculadade, Isabela começou a trabalhar 20 horas semanais no buffet do campus, por um salário mínimo. Como as jornadas nem sempre são completas e às vezes somam menos horas e a remuneração se reduz.

A ideia da renda extra surgiu de uma demanda entre os próprios amigos, já que sempre que viajava as pessoas faziam dezenas de encomendas. “Da última vez tive que pagar $100 dólares de excesso de peso na mala, sendo que grande parte do peso eram encomendas das pessoas. Aí minha mãe teve a ideia do redirecionamento. Fomos divulgando para as pessoas mais próximas e foi dando certo. Peguei várias dicas no canal da UScloser que é uma empresa bem grande que faz basicamente a mesma coisa”, pontua.

Atualmente, os pais de Isabela também deixaram Campo Grande e moram em São Paulo. “Minha mãe me ajuda muito a distância com a divulgação e também sempre que vem pra cá me visitar. Ela me dá várias dicas e ajuda a organizar tudo quando vem pra cá. Continuo trabalhando no buffet, mas agora minha principal fonte de renda é o redirecionamento. Essa semana tive a oportunidade de comprar meu primeiro carro com essa renda”, finaliza.

Ao Lado B, a acadêmica explicou que faz dois tipos de serviços, o redirecionamento que é como se você tivesse um endereço nos EUA para receber encomendas e a compra assistida, que pelo celular a jovem leva o cliente até a loja física.

“Na primeira opção, você faz suas compras online e manda para meu endereço nos Estados Unidos. Ao receber seus itens, mando foto de tudo, retiro etiquetas, notas fiscais, e compactuo tudo em um só pacote, da forma mais econômica na caixa de envio. Se optar pela compra assistida, o cliente escolhe os produtos e aqui eu vou atrás dos melhores preços para você! É só mandar sua lista de compras e eu te mando um orçamento do valor aproximado”, esclarece.

Com as encomendas prontas, a jovem encaminha ao Brasil como pessoa física, como se fossem um “presente”. Isabela explica que fica mais barato, porque o cliente tem a possibilidade de comprar em várias lojas diferentes e ao invés de pagar a taxa de entrega de cada uma, só paga uma vez.

“Eu junto tudo numa caixa só e o cliente paga uma vez só o frete. Também tem menos chances de taxação porque o envio é de pessoa física para pessoa física. Como se fosse um presente mesmo. Outra coisa que facilita é que várias lojas dos EUA não entregam em outros países”, destaca.

A acadêmica pontuou que o último Apple Watch da série 4 enviado a um cliente pelo Redirecionamento saiu por $ 486 dólares, cerca de R$1.930,00, incluindo imposto, frete e comissão. O mesmo relógio na Apple do Brasil sairia por R$ 4.200,00. Do envio à entrega foram 20 dias.

O serviço de redirecionamento é uma ponte entre as lojas virtuais americanas e o comprador brasileiro. Assim que o interessado se cadastra, Isabela envia o endereço de sua casa. São esses dados, que devem ser informados para a entrega da mercadoria. As compras chegam no endereço americano e a acadêmica envia ao Brasil.

Riscos

 A questão do risco de a encomenda ser barrada é sorte mesmo, pois os fiscais da alfândega escolhem itens aleatoriamente para fiscalizar. “O que eu faço pra diminuir as chances da encomenda ser taxada, já que tudo é compactado da melhor forma possível pra não ficar muito grande, fora do valor permitido ou chamar atenção na alfandega. Também declarando como presente e enviando de pessoa física pra pessoa física ajuda a diminuir as chances de taxação”, explica.

Isabela também recebe encomendas de outros países como a China, porque às vezes as pessoas compram em grande quantidade, mas chega no Brasil e acabam taxados. “Mandando aqui para os EUA não tem tanta taxa e aí eu encaminho como de PF pra PF como se fosse presente”, frisa.

Conforme a assessoria de imprensa da Receita Federal, o redirecionamento não é ilegal. Mesmo que seja remetido de Polícia Federal para Polícia Federal. O brasileiro vai pagar 60% de imposto de importação sobre o valor da encomenda + o frete. Não há isenção de 50 dolares porque é comércio.



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