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Meio Ambiente

Com 127 dias sem chuvas, Cuiabá tem a pior seca em 50 anos;

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Divulgação / Reprodução

Cuiabá registra o maior período de estiagem das últimas 5 décadas. Já são 127 dias sem chuva e a expectativa é de que as precipitações comecem a cair de forma torrencial apenas em outubro. Com a seca prolongada e aumento nos focos de calor, nessa semana, os termômetros na capital também marcaram, por dois dias consecutivos, na segunda-feira (16) e terça-feira (17), as maiores temperaturas dos últimos 108 anos, com registro de 42,3º C. Para os próximos dias há também alerta para a umidade relativa do ar que pode atingir 8%, índice igual ao registrado em desertos. E não há previsão de quando os termômetros vão deixar de atingir os 40ºC. O rio Cuiabá está com o menor nível dos últimos 19 anos.

Segundo especialistas, a explicação é a ocorrência do El Niño, que já era aguardado. A longa e persistente estiagem já era prevista uma vez que em 1998, 2001, 2005, 2010, 2014 este fenômeno havia passado por aqui e feito estragos ambientais e impactado a vida de maneira significativa. Esse fenômeno interfere no clima de muitas partes do mundo, alterando a circulação atmosférica e provocando secas e cheias em regiões tão distintas quanto as Américas, Austrália, Índia e Japão.

Entretanto, nos 5 anos acima citados, 2010 teve o pior cenário, registrando 108 dias sem chuva. Em 1998 foram 69 dias. Os dados só não são mais alarmantes do que em 1963, quando a estiagem bateu recordes em várias estados, entre eles Mato Grosso. Além disso, uma onda de calor muito forte assolou o país. Em Cuiabá, não choveu do dia 2 de maio a 15 de junho e de 16 de junho a 28 de setembro, acumulando 143 dias de seca. As 3 precipitações em junho foram ínfimas. Os dados históricos são do Banco de Dados Meteorológicos para Ensino e Pesquisa do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Coordenador de prevenção e preparação da Defesa Civil de Mato Grosso, tenente Luiz Costa lembra da seca de 1998, a primeira com a ação do El Niño. Naquele ano, Mato Grosso enfrentou também um dos seus piores cenários em relação a incêndios e queimadas, registradas em quase todos os municípios. Esse ano o fenômeno se repete, assim como em outros anos, o que tem provocado a estiagem prolongada em várias cidades.

Outros municípios, como Tangará da Serra, Canabrava do Norte, Rondonópolis, enfrentam o mesmo problema que Cuiabá e muitos precisaram decretar situação de emergência e também o racionamento de água. Costa explica que apesar de algumas cidades já registrarem pancadas de chuvas de forma isolada, a previsão é de que apenas a partir da primeira semana de outubro a chuva chegue para todo o Estado. “Até então, o clima deve continuar seco, com umidade muito baixa e a população deve seguir com as orientações que garante melhor qualidade de vida nessa época”. Segundo ele, a massa de ar de alta pressão dificulta a passagem das chuvas.

Para o biólogo, professor e pesquisador Romildo Gonçalves, os piores momentos vividos pelos mato-grossenses foram os marcados pela passagem do El Niño. Em 1998, Gonçalves cita um grande impacto no Vale do Araguaia. Mais recentemente, em 2005, os focos atingiram principalmente a região de Noroeste. Hoje, o Estado queima do Sul a Nordeste, pegando toda sua extensão. Em 2005, ano que era considerado o mais crítico desta década pelos pesquisadores, o Estado estava em chamas e a seca era um problema também, mas nada comparado com 2010.



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