Meio Ambiente
Servidores presos em operação são suspeitos de fraudar bioma para permitir desmatamento na Amazônia
- PJC-MT
Conforme a Polícia Civil, foram cumpridos todos os 12 mandados sendo 10 em Cuiabá, um em Sinop e um em Paranatinga. Entre os presos, ao menos 8 são servidores da Sema.
A 6ª fase da Operação Polygonun foi deflagrada nesta segunda-feira (16) pela Polícia Civil e pelo Ministério Público Estadual (MPE) para cumprir 12 mandados de prisão e 13 de busca e apreensão contra engenheiros florestais, empresários e servidores da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema).
Conforme a Polícia Civil, foram cumpridos todos os 12 mandados sendo 10 em Cuiabá, um em Sinop e um em Paranatinga. Entre os presos, ao menos 8 são servidores da Sema.
Foram apreendidos carros de luxo, equipamentos eletrônicos e dinheiro, mas a quantia não foi informada. Entre os presos estão empresários, engenheiros e servidores, tanto comissionados quanto de carreira. Segundo a polícia, são investigadas fraudes em documentos de 22 propriedades rurais, todas no norte e médio-norte. Em pelo menos 18, a fraude já foi comprovada.
As investigações indicam que proprietários de imóveis rurais, através de engenheiro florestal, estariam fraudando o sistema de relatórios ambientais inidôneos. O imóvel localizado em bioma amazônico, por exemplo, pode ser desmatado em apenas 20%. Contudo, se a tipologia florestal for de Cerrado, o proprietário tem direito a desmatar 65%.
Os mandados foram expedidos pela Juíza da Vara Especializada do Crime Organizado, Ana Cristina Silva Mendes.
Conforme informações da Polícia Civil, relatórios de tipologia elaborados por engenheiros florestais, contendo informações falsas acerca do tipo de vegetação existente no imóvel, eram encaminhados à Sema, cujo órgão era responsável por vistoriar a área e confrontar as informações apresentadas no laudo.
Alguns servidores responsáveis pela vistoria iam a propriedades rurais e validavam as informações falsas, reenquadrando a classificação da fitofisionomia vegetal da propriedade, aumentando a área passível de desmate com diminuição do coeficiente de reserva legal.
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