- A repressão do Google identifica quatro empresas de relações públicas que se infiltram nos resultados de pesquisa
- Empresas de ‘Glassbridge’ espalham propaganda chinesa
- O Google removeu 1.000 domínios da rede
O Threat Intelligence Group do Google revelou que bloqueou mais de 1.000 sites pertencentes a um pequeno número de empresas de relações públicas que espalham propaganda pró-China através de sites de notícias não autênticos.
Os sites se apresentavam como redes de notícias locais, publicando até conteúdo localizado autêntico junto com comunicados de imprensa patrocinados pelo Estado para enganar os leitores.
A rede, apelidada de ‘Glassbridge’, era composta por quatro empresas que criaram e operaram em massa centenas de domínios que se apresentavam como sites de notícias independentes. Esses sites publicaram conteúdos que “enfatizam narrativas alinhadas aos interesses políticos da República Popular da China”, disse o Google.
Um novo tipo de campanha de influência
A rede Glassbridge utilizou empresas privadas de relações públicas para obter uma negação plausível e obscureceu o seu papel na difusão coordenada de desinformação. Os sites violaram as políticas do Google que proíbem comportamento enganoso e exigem transparência editorial, e não aparecerão mais nos recursos de notícias do Google e no Google Discover.
As quatro empresas, Shanghai Haixun Technology, Times Newswire, Durinbridge e Shenzhen Bowen media. Descobriu-se que o mais prolífico, Shanghai Haixun Technology, operava em mais de 600 domínios que violam políticas, todos os quais foram removidos desde então.
“Ao fazerem-se passar por meios de comunicação independentes, e muitas vezes locais, os intervenientes das IO (operações de informação) são capazes de adaptar o seu conteúdo a públicos regionais específicos e apresentar as suas narrativas como notícias e conteúdo editorial aparentemente legítimos”, disse Vanessa Molter.
O Google acredita que esta é uma evolução das campanhas de desinformação produzidas em massa nas redes sociais, anteriormente observadas, que têm como alvo os estados ocidentais e os eleitores dos EUA em particular, com o objetivo de espalhar o discurso e dividir a opinião pública.
A maioria de nós consegue identificar as contas dos “bots” das redes sociais com relativa facilidade, e a maioria dos bots gera muito pouco envolvimento autêntico, o que realça as dificuldades que Estados como a China, a Rússia e o Irão tiveram na produção de conteúdo político convincente através das redes sociais.
Embora seja improvável que os intervenientes estrangeiros abandonem as campanhas nas redes sociais, é claro que estão a ser adoptadas novas tácticas para tentar semear a desconfiança nos sistemas políticos ocidentais e espalhar narrativas favoráveis a Pequim.