A primeira temporada de Tom Brady como locutor não incluiu muitos comentários que geraram manchetes no estande. Ele fez um na quinta-feira, durante o jogo Giants-Cowboys.
Brady criticou a decisão de Daniel Jones de solicitar a liberação dos Giants.
“Não sei como toda essa situação aconteceu, mas pensar que você pediria a liberação de uma equipe que se comprometeu muito com você é talvez diferente de como eu teria lidado com isso”, disse Brady, via Jared Schwartz do Correio de Nova York.
A parte mais importante dessa frase são as primeiras nove palavras: “Não sei como toda essa situação aconteceu”.
Brady deveria pelo menos ter uma ideia. Os Giants tomaram uma decisão comercial de colocar Jones no banco, com o objetivo de evitar a possibilidade de lhe dever US$ 23 milhões em 2025. Se ele tivesse continuado jogando e tivesse sofrido uma lesão grave, os Giants estariam devendo muito dinheiro para um jogador que pretendiam dispensar após a temporada, de preferência sem nenhuma obrigação financeira adicional.
Os Giants essencialmente encontraram uma maneira de renegar seu compromisso total com Jones, arrancando-o da escalação e colocando-o em um plástico-bolha no campo de treino. Eles terminaram com ele. E então ele optou por dispensar a farsa e pedir-lhes que fizessem agora o que planejavam fazer mais tarde.
Francamente, Brady deveria saber disso. Ele ganha a vida cobrindo a liga – uma vida muito boa, com US$ 37,5 milhões por ano. As decisões de negócios são tomadas o tempo todo. Os Giants fizeram um e Jones fez um de volta.
Ele não é culpado pelo resultado. Os gigantes são.
Pergunte a si mesmo. Se Brady algum dia tivesse sido banido não por motivos de desempenho, mas por motivos de negócios, ele teria aceitado não fazer repetições de treino, com exceção de jogar como segurança da equipe de olheiros durante os treinos de passagem?
Depois, há o fato de que a disposição de Brady de minar o compromisso que a Fox fez com ele ao comprar um pedaço dos Raiders o impediu de se envolver em reuniões de produção. Ele não sabe como toda a situação aconteceu? Bem, se ele pudesse ter se encontrado com o técnico Brian Daboll antes do jogo de Ação de Graças, Brady poderia ter tentado descobrir – seja com uma citação oficial ou uma conversa não oficial.
Inferno, ele poderia ter ligado para Daboll, que passou nove anos com os Patriots enquanto Brady jogava lá. Na pior das hipóteses, Brady poderia ter perguntado a Daboll, ao GM Joe Schoen ou ao coproprietário John Mara sobre isso em campo antes do jogo.
Não é complicado. E não é culpa de Jones. Ele não desistiu dos Giants. Os Giants desistiram de Jones.
É surpreendente que Brady não saiba disso. E é difícil acreditar que ele teria lidado com a situação de maneira diferente da que Jones fez.