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Cotidiano

Casa de swing em Cuiabá recebe até 100 casais no fim de semana

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Divulgação / Reprodução

Apesar de ainda ser um grande tabu, a troca de casais tem crescido em Cuiabá. Um estabelecimento na Avenida das Torres, por exemplo, chega a receber, num final de semana, mais de 100 casais.

 

Quem garante é o dono, "Carlos do Swing", como prefere ser chamado - discrição é a palavra-chave entre os praticantes. Seu estabelecimento é o único em funcionamento na Capital.

 

O swing nada mais é do que a troca de casais, claro, quando ambas as partes estão de acordo. Ou seja, ninguém é obrigado a nada. A troca só acontece mediante regras estabelecidas previamente por todos, de forma clara e firme, especificando o que pode ser feito ou não.

 

Em entrevista ao MidiaNews, Carlos garantiu que a prática já salvou muitos casamentos na Capital.  

“Eu falo que aqui não é uma casa de swing. É uma clínica do amor. Muitos casais já vieram aqui por um fio para se separar e hoje estão firmes e fortes, juntos”, contou Carlos, que não quis ser fotografado.

 

Carlos abriu o estabelecimento com a ex-esposa há 4 anos. Hoje, os dois – que têm quatro filhos - não estão mais juntos. Ele afirma, porém, que a separação não foi influenciada pelo swing.

 

“Praticávamos swing desde que nos conhecemos. Fomos a várias casas em São Paulo, Rio de Janeiro. Por isso decidimos abrir uma aqui em Cuiabá. Ela era a estrela dessa casa. Por uma questão familiar, ela teve que ir embora para a Bolívia e eu fiquei”, disse.

 

Conforme Carlos, 70% dos frequentadores são casais que estão casados há mais de 10 anos. Outros 30% são namorados, que têm entre 20 a 30 anos.

 

“Casais arranjados não entram. Sei identificar quando não há vínculo entre os dois de longe. E se identifico, coloco para fora. Então, se você não quer passar vergonha não queira forjar um casal aqui”, esclareceu.

 

Para entrar no estabelecimento, o casal precisa desembolsar R$ 50 até as 23h. Depois das 23h, o valor sobe para R$ 100 e após a meia-noite para R$ 150. A casa abre todas as sextas-feiras e sábados e a primeira terça-feira do mês.

 

No local também é permitida a entrada de mulheres solteiras pelo mesmo valor. Já homens solteiros só entram cinco por noite.

 

“Funciona como uma festa normal. As pessoas chegam, conversam, bebem, dançam e, se rolar afinidade entre o casal, eles podem ir para um dos quartos”, explicou. 

 

Identidades preservadas

 

No local não é permitida a entrada de celulares que fazem fotos e filmagem e os casais não precisam revelar seus verdadeiros nomes.

 

“Muitas pessoas não vêm por medo disso. Pensam que vão sair daqui e todo mundo vai comentar. Mas não tem nada disso. Todos são muitos discretos. Garantimos toda a segurança para que o casal não tenha suas identidades reveladas”, disse Carlos.

 

“Todo mundo que tem preconceito com casa de swing quer fazer. E eu garanto: quem entra no swing não sai mais. Pode demorar de seis meses a um ano para voltar, mas com certeza volta", afirmou.

Carlos afirmou que recebe muitos casais do interior no estabelecimento. Grande parte vinda de Sinop (500 km ao Norte de Cuiabá).

 

“Não tem risco de um casal encontrar alguém conhecido. Em 4 anos, isso nunca aconteceu. Muitos pensam que Cuiabá tem população muito pequena para ter um casa de swing, porque todo mundo se conhece. Mas isso não é verdade”, disse .

 

Para Carlos, é muito mais seguro um casal frequentar a casa do que combinar por fora.

 

“Com a chegada de WhatsApp, muitos criam grupos de swing e marcam encontros em motéis. Mas não tem renovação, fica aquele grupinho. Então a chance de alguém sair comentando é bem mais fácil. Aqui não: todo final de semana tem pessoas diferentes”, explicou.

 

Mais fantasias

 

Conforme Carlos, além da troca de parceiros, muitos casais vão até a casa para realizar outras fantasias.

 

“Acontece muito ménage, suruba, homens que gostam de ver suas mulheres transando com outros homens e vice-versa. Aqui pode tudo, mas claro, com muito respeito”, afirmou.

 

A casa, conforme Carlos, é exclusiva para heterossexuais.

 

E se pintar ciúme?

 

Para evitar ciúme entre o casal, é necessário, conforme Carlos, que eles saiam de casa decididos.

 

“Uma vez um casal de noivos chegou aqui e o noivo acabou se empolgando demais. Eles começaram a conversar com um casal e combinaram de subir para o quarto. Porém, a noiva foi antes ao banheiro. E quando ela chegou no quarto, o sexo já tinha começado. Ela ficou furiosa, jogou a aliança na cara dele e foi embora”, contou.

 

Com anos em experiência no swing, Carlos contou que consegue resolver algumas brigas ali mesmo dentro da casa.

 

Mas às vezes, nem sempre isso é possível. “Mas quando a mulher, ou o homem decide ir embora, o par dele também tem que ir. Não deixo um sair e outro ficar”, explicou.

 

“Por isso é importante que o casal tenha uma conversa franca. Reafirmo: o swing segura muitos casados, mas casal de namorados que não tem cabeça no lugar acaba separando. Porque eles [namorados] não têm estabilidade, segurança como um casal que é casado há 10, 15 anos”, disse.

 

Carlos frisou que, no swing, é preciso separar sexo do amor.

 

“No swing não há traição. Os casais precisam descobrir suas fantasias. Porque se o homem ou a mulher tem uma fantasia e o parceiro não entende, vai acabar sendo traído. Por isso é importante os dois estarem juntos, descobrirem as coisas juntos. Eu conheço várias pessoas que não praticam swing e trai a mulher, o marido. A traição é a coisa mais podre do ser humano”, pontuou.



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